
Sexta-feira, 14 novembro de 2008
Ariel Palacios, BUENOS AIRES
O presidente uruguaio Tabaré Vázquez vetou ontem, no início da noite, a lei de descriminação do aborto, que havia sido aprovada na terça-feira pelo Senado após longos e intensos debates. Desde 2005, Tabaré vinha declarando que não toleraria a aprovação da Lei de Saúde Sexual e Reprodutiva, que permite que qualquer cidadã uruguaia ou residente estrangeira no país possa interromper a gravidez nas primeiras 12 semanas de gestação. Nas últimas semanas, o presidente uruguaio confirmou que estava decidido a vetar a lei.
Ontem, Tabaré, casado com María Auxiliadora Delgado, católica fervorosa, argumentou que seu veto era baseado em “graves razões filosóficas”.
A descriminação do aborto, segundo pesquisas, conta com o respaldo de mais de 60% da população uruguaia.
MAIORIA DIFÍCIL
O Parlamento tem um prazo de 30 dias para convocar uma plenária da Câmara e do Senado para derrubar o veto presidencial. Mas, para isso, seria necessário que 3 de cada 5 parlamentares votassem a favor da descriminação. Analistas políticos sustentam que uma maioria de tal magnitude seria muito difícil de ser obtida.
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