| Só Deus pode tirar a vida, afirma mãe de Marcela DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Mãe da menina anencéfala Marcela de Jesus Galante Ferreira, que morreu no último dia 1º com um ano e oito meses de vida, Cacilda Jesus foi ontem à audiência, alçada à condição de símbolo antiaborto. Sua passagem aérea foi paga por um empresário do movimento Brasil Pela Vida, segundo o secretário-geral do grupo, Diogo Waki. O grupo levou cartazes com a frase "Contra o anencefalicídio". "Se fosse para passar uma gravidez igual à da Marcela, eu passaria tudo de novo. Só Deus tem o direito de tirar a vida." Questionada sobre mulheres que não gostariam de prosseguir com uma gravidez de feto anencéfalo, Cacilda respondeu: "Cabe a elas resolver? Elas que se entendam com Deus". A anencefalia de Marcela foi objeto de discussão no tribunal. O advogado Luís Roberto Barroso e a professora da UnB Débora Diniz disseram que o quadro da menina impedia sua classificação como anencéfala. Já o professor da Uerj Rodolfo Nunes contra-argumentou favoravelmente à classificação de Marcela como anencéfala, baseando-se no laudo de um radiologista que atendeu a menina e no atestado de óbito. Barroso também acusou a CNBB de mostrar, como se fossem anencéfalos, fotos de bebês que, na verdade, sofreriam de outras anomalias. Apesar de pouco numerosa, a platéia incomodou o ministro Marco Aurélio de Mello. Após aplaudirem Nunes, Mello pediu o cumprimento da liturgia. "É uma audiência pública? É, mas é uma audiência judicial." Vejam a seguir os cartazes que foram expostos (clique sobre as fotos e as veja em tamanho maior):
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